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Posted by Thoth3126 on 28/11/2021
A editora do Canal História insiste em não esquecer a Ordem dos Cavaleiros Templários e chega às livrarias um livro sobre a busca do Santo Graal que enquadra o papel de Portugal e da fortaleza de Tomar na sobrevivência dessa ordem em Portugal mesmo após ela ter sido extinta na Europa após a perseguição efetuada pelo rei francês Felipe, o Belo. Nesta pré-publicação, além da história da Ordem, está uma grande pergunta sobre o destino do imenso tesouro dos Templários que teriam escapado ao decreto papal que abolia a instituição e à perseguição e morte dos principais cavaleiros templários: “No caso de as relíquias existirem [o cálice Santo Graal] e terem sido encontradas pelos templários, para onde as teriam levado?”
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A História Secreta dos Templários
Fonte: Diário de Notícias
O título de um dos vários capítulos de A História Secreta dos Templários não ignora o papel de Portugal nos acontecimentos e nos mitos criados à volta de uma das ordens medievais mais importantes: Port‑du‑graal: a fortaleza de Tomar. Não é por acaso que Portugal regressa a todos as investigações sobre os Templários e que este novo livro do Canal História dedica dezenas de páginas a um tema que tem interessado inúmeros historiadores e até filósofos como foi o caso de Umberto Eco no seu romance O Pendulo de Foucault.
Nesta pré-publicação, além da história da Ordem dos Cavaleiros Templários, está uma grande pergunta sobre os tesouros dos Templários que teria escapado ao decreto papal que abolia a instituição e à perseguição e morte dos principais cavaleiros templários: “No caso de as relíquias [o Santo Graal] existirem e terem sido encontradas pelos templários, para onde eles as teriam levado?”
São três as hipóteses referidas deste trabalho:
1ª versão: “o Castelo de Xivert, a comenda mais antiga dos templários no Maestrazgo parece ser uma boa hipótese. Os múltiplos símbolos templários gravados na pedra por toda a região parecem provar a existência de um sistema que guia o iniciado pelo labirinto de pedra até ao Santo Graal. Falava -se da chegada à Península do cálice de Cristo segundo várias versões. A mais famosa é a que descreve a sua chegada pela mão de São Lourenço, a quem o papa teria entregado a relíquia para sua salvaguarda numa época de invasões e de grande agitação em Roma. O cálice teria estado em San Juan de la Peña, em Saragoça e em Barcelona até ir para Valência”.
A 2ª versão: “Baseada em documentos encontrados na Universidade do Cairo, defende que o Graal teria saído do Egito como presente do califa para o emir de Denia, que, por sua vez, o teria entregado ao rei de Leão [Espanha]. Diz -se tratar -se da mesma taça que se denomina Cálice de Dona Urraca e que está exposta no Museu da Colegiada de Santo Isidro de Leão.”
A 3ª versão: “O código secreto dos templários deu lugar a todo o tipo de suposições sobre tesouros ocultos e saberes misteriosos. No entanto, especialistas na ordem referem que este código era utilizado para garantir o segredo das transações financeiras e comerciais, não para ocultar segredos da história providencial. Dedicaram o talento a outras atividades lucrativas como a cartografia, que, junto com invenções como o astrolábio trazido do Egito, lhes permitiu construir uma respeitável frota de navios de guerra e mercante. Estariam a planejar a criação de uma nova frota depois da dissolução da ordem? No caso de ser essa a sua intenção, e tendo em conta que a situação nos reinos espanhóis piorara, havia um lugar óbvio: Portugal ou Port – du -graal: o porto do Graal, e a fortaleza de Tomar.“
Port‑du‑graal: a Fortaleza de Tomar
Os templários terão sobrevivido à dissolução da ordem ? Os investigadores Garth Baldwin e Mikey Kay levantam a questão numa perspectiva militar. Sabem que a regra e os votos Templários dos monges guerreiros os impediam de se render, que trabalhavam em pequenas células e eram exímios na abertura de túneis. Também comprovaram que podiam ter retirado tesouros, relíquias ou documentos de Jerusalém quando a cidade caiu nas mãos de Saladino e que tudo isso podia ter saído de Acre por mar e chegado a Chipre graças aos complexos sistemas de túneis fortificados, como se explica no capítulo anterior.
Talvez tenham transferido as relíquias, os documentos e o tesouro para a sede original da ordem na região de Champanhe, no Sul de França, e escondido ali. O historiador Dan Jones lembra que podem ter levado tudo primeiro para o Maestrazgo [Valencia, Espanha] e depois para Portugal, um reino com um soberano em quem podiam confiar. No episódio final da série documental do Canal de História Os Templários e o Santo Graal, Baldwin e Kay deslocaram-se a terras lusas para comprovarem a viabilidade desta teoria sobre a rota de fuga dos cavaleiros templários e a sua sobrevivência após sua extinção por Roma.
No Mosteiro de Salzedas, o historiador Ricardo Vermelho mostrou aos investigadores cruzes templárias gravadas nas pedras. Não era uma instituição templária, explicou -lhes, mas foi o lugar onde os templários educaram o primeiro [23 de maio de 1179] rei de Portugal, D. Afonso Henriques. A sua presença nesse território remonta a 1120, ano em que ali chegaram os primeiros cavaleiros enviados por Bernardo de Claraval [Clairvaux]. Os vínculos entre a ordem e os monarcas lusos eram firmes. Num documento de 1133, no qual D. Afonso Henriques lhes outorgava muitas terras, observa-se, a seguir à sua rubrica, a palavra «irmão», o que demonstra a íntima vinculação aos templários. Port-du-graal era uma nação de base templária que não parece ter sido afetada pela dissolução da Ordem, como aconteceu com os outros reinos cristãos europeus.
Em 1319, o sexto descendente de D. Afonso Henriques, D. Dinis, outorgou as suas propriedades a uma “nova ordem”, os Cavaleiros de Cristo, que faziam votos semelhantes aos dos templários. Nesse ano, os portugueses enviaram ao papa uma lista de petições, entre as quais figurava o pedido da concessão à Ordem dos Cavaleiros de Cristo da Fortaleza de Almourol, que controlava o acesso à cidade de Tomar, sede central dos templários portugueses a partir de 1357. Alain Demurger refere que os capítulos reunidos em 1321 e 1326 permitem fazer uma ideia da importância da ordem: contava com quarenta e uma comendas, casas em dez cidades e quarenta e três propriedades.
No ano de 1159, a cidade de Tomar passara a fazer parte dos bens da Ordem do Templo graças à cessão de D. Afonso Henriques, na sequência da tomada de Lisboa, em 1147, e da derrota dos muçulmanos da taifa de Badajoz. O mestre português Gualdim Pais tinha construído o Castelo de Tomar em 1160 junto à parte mais antiga do atual Convento de Santa Maria do Olival, que alberga um templo de planta centralizada poligonal com oito colunas ao centro, claramente influenciado pela Mesquita O Domo da Rocha [Al Aqsa] em Jerusalém. Ordenou que o enterrassem ali, onde repousa junto de outros mestres templários.
O coronel do exército e historiador Pablo Albuquerque salienta que a Fortaleza de Tomar foi construída pela Ordem do Templo como meio de defesa contra os mouros que ocupavam todo o Sul de Portugal. No entanto, em datas posteriores, como o século XIV, já não existiam na zona muçulmanos que justificassem manter uma fortaleza militar de tal calibre. Na nova sede central dos cavaleiros de Cristo observa -se a aplicação das técnicas de edificação próprias do Médio Oriente. Este enorme complexo militar está repleto de cruzes e de outros símbolos templários. Trata -se do lugar a partir do qual se idealizaram, depois, as expedições portuguesas para o Novo Mundo e para a Ásia.
O Mosteiro de Santa Maria do Olival, situado junto da fortaleza, é composto por uma sucessão de claustros em forma quadrangular, que lembra o Mosteiro do Escorial. Fica -se com a ideia de que o rei D. Manuel de Portugal (1469 -1521) e o rei Filipe II de Espanha (1527 -1598), ambos convencidos do seu papel -chave no desenvolvimento do plano da história providencial, se inspiraram em conceitos arquitetônicos semelhantes, ligados ao mítico Templo de Salomão.
Um e outro pensavam que estavam destinados a fundar o denominado Quinto Império das profecias contidas no livro bíblico de Daniel, e a liderar a instauração do reino de Deus sobre a Terra quando se acabasse com os inimigos da fé cristã (os infiéis) e se conquistasse definitivamente a Terra Santa.
O renascer do providencialismo: oráculos e sagradas escrituras
Este renascer da história providencial deve -se, em grande medida, à utilização política que os Reis Católicos lhe deram em toda a Península. Em Aragão, o profetismo e o messianismo remontavam aos tempos da tomada da Sicília em 1282, que depositou nas mãos da Coroa de Aragão os projetos para a conquista da Terra Santa dos Staufen, imperadores do Sacro Império Romano -Germânico. Mas também há que ter em conta a influência de obras como as do valenciano Arnau de Vilanova (1238 -1311), médico e visionário, que se dedicou ao estudo do árabe, da Bíblia, do Talmud e do rabinismo nas suas línguas originais, sobre as mentalidades da época.
Tinha estudado medicina em Montpellier e, apaixonado pela teologia, conviveu com os franciscanos espirituais, que o introduziram no misticismo. Arnau recolheu na sua obra Raonament d”Avinyó os vaticínios atribuídos à sibila Eritreia sobre a história universal.
Segundo Jaume Mensa, professor de filosofia da Universidade Autónoma de Barcelona, nas suas últimas obras (1309 -1310) utilizou as profecias da sibila para calcular a data do fim do islão. Na época de Arnau de Vilanova, acreditava -se que a sibila Eritreia era originária da Babilónia e contemporânea da Guerra de Troia. O seu oráculo, inspirado por Deus, teria anunciado os feitos mais importantes da história da humanidade. Vilanova lembra que Agostinho de Hipona e Isidoro de Sevilha citavam esse oráculo, que enumerava os sinais que precederiam a chegada do Anticristo e o fim do mundo.
Ele os reproduziu no seu Tractatus de tempore adventos Antichristi, no qual afirma que o fim do islã é o último fato importante que precederá a chegada do Anticristo. Até então, todos os fatos preditos pela sibila se tinham cumprido, mas, além de acontecimentos históricos já produzidos, anunciava outros que Arnau de Vilanova considerava iminentes, como a união entre a Igreja oriental e a Igreja latina, a conversão dos muçulmanos ao cristianismo, a vinda do Anticristo e os últimos dias.
Em Castela, a história providencial mantivera a sua pujança desde que o arcebispo Jiménez de Rada escrevera a Crónica de los hechos de España ou Historia gótica, na qual se referia aos espanhóis como o novo povo eleito por Deus para guiar o resto dos cristãos até aos últimos dias. Equiparando os atos dos visigodos, que tinham conseguido fugir dos muçulmanos quando estes invadiram a Península Ibérica, ao dos israelitas que haviam abandonado o Egito faraónico, o arcebispo de Toledo oferecera aos povos peninsulares o lugar mais destacado da estrutura providencial: o de ser o povo eleito.
A rainha Isabel, a Católica, passou para a história por ter terminado a Reconquista depois da tomada de Granada aos mouros, como digna líder do povo de Deus, e por reconstruir o mapa da época dos reis visigodos que Jiménez de Rada tanto elogiara.
Portanto, como refere na sua monografia sobre a Espanha dos Reis Católicos o catedrático de história medieval Miguel Ángel Ladero Quesada, a união das coroas de Aragão e de Castela colocou à frente da Península Ibérica dois governantes chamados a dirigir a «república cristã», a aniquilar o islã e a recuperar a «casa santa de Jerusalém».
Para esta incumbência providencial contavam com a ajuda das ordens militares, que recuperavam, assim, a sua missão de cruzada. O conselheiro do rei e cronista Lorenzo Galíndez de Carvajal indicia que Fernando, o Católico, era considerado pelos súbditos um rei providencial com uma missão de Deus. Conta que, estando o rei em Placência, um dos homens do Conselho que acabara de visitar, em Ávila, María de Santo Domingo, também conhecida como «a beata do Barco», lhe confidenciou que a beata lhe mandava dizer, da parte de Deus, que não iria morrer antes de tomar Jerusalém.
Templários e cavaleiros de Cristo em Os Templários e o Santo Graal, João Fiandeiro, especialista local em temas templários, lembrou aos peritos militares Baldwin e Kay que a Fortaleza de Tomar foi construída junto do Mosteiro de Santa Maria do Olival e acrescentou que o monte das Oliveiras de Jerusalém era o lugar onde Cristo se reunia com os discípulos mais próximos. Numa das paredes da igreja do mosteiro encontra -se o pentagrama, a estrela de seis pontas do selo do rei Salomão, símbolo da elite da ordem, dos iniciados conhecedores de saberes secretos. Tudo parece indicar que a igreja era o local de reunião dos membros mais proeminentes.
Castelo Templário em Tomar, Portugal
No chão do templo, destaca -se uma grande laje. Segundo Fiandeiro, diz -se que conduz a túneis que vão do mosteiro à fortaleza. Não seria neles que se celebravam os rituais de iniciação? Dan Jones sugere que a passagem à clandestinidade terá levado os templários a envolver num espesso véu alguns rituais. Por seu lado, Tony McMahon, especialista neste tema, falou a Baldwin e a Kay do ritual dos essénios, uma antiga seita judaica, para ressuscitar os mortos. Durante os rituais de iniciação mantinham os adeptos em subterrâneos sem comida nem bebida até atingirem um estado próximo da morte que lhes permitia vislumbrar um nível de consciência mais elevado.
Dizia-se que São João Batista fora um desses iniciados e que transmitira os seus ensinamentos a Cristo. Os investigadores também acham possível que tenham utilizado a capela para celebrar rituais e os túneis para transferir tesouros, relíquias ou documentos. Em qualquer dos casos, parece que a igreja do Olival se terá convertido na igreja -mãe dos cavaleiros de Cristo [os Templários com um novo nome].
Em 1307, quando o rei de França ordenou a perseguição aos templários no seu reino, Portugal não atuou contra a ordem. Em 1357, cinquenta anos depois, os cavaleiros [Templários] de Cristo tinham surgido em terras lusas, possuindo fortalezas por todo o território. Mas não se conformaram com isso. Nos séculos seguintes dominavam mais de quatrocentos e cinquenta bastiões e postos avançados em duas terças partes do mundo. Foram eles que criaram a famosa frota que navegava para destinos que nem sequer apareciam nos mapas. Dizia -se que utilizavam cartas de navegação muito antigas juntamente com o astrolábio, um instrumento egípcio que permitia medir a posição das estrelas para poderem navegar em alto -mar.
Nos séculos XV e XVI, os portugueses criaram um novo império pela mão de D. Henrique, o Navegador, infante de Portugal e grão -mestre da Ordem dos Cavaleiros [Templários] de Cristo desde 1420. O papa atribuiu a esta ordem uma missão de cruzada: lutar contra os mouros e estender a fé cristã pela África, mas Henrique orientou toda a sua atividade para as explorações marítimas, descobrindo a Madeira em 1420 e os Açores em 1431; a ordem recebeu, de imediato, terras e bens naquelas ilhas.
O historiador português Joaquim Veríssimo Serrão refere, na sua História de Portugal, que, segundo uma lenda, o descobrimento se deveu a um irmão da Ordem dos Cavaleiros de Cristo. O infante D. Henrique valeu – se dela para os seus propósitos, e a história registrou a epopeia das velas brancas com as cruzes vermelhas da ordem sulcando os mares e as costas africanas.
Vasco da Gama, conde da Vidigueira, célebre navegador e explorador, era membro da Ordem de Santiago quando dobrou o cabo da Boa Esperança em 1497 -1498, mas como não tinha uma boa relação com o mestre, passou -se para a Ordem dos Cavaleiros de Cristo em 1507. Foi o comandante dos primeiros navios que navegaram, diretamente, da Europa para as Índias, a viagem oceânica mais longa realizada até então. Morreu em 1524 com o hábito de Cristo e como vice – rei das Índias.
Diz -se, inclusivamente, que Cristóvão Colombo navegou para a América com um mapa que roubara aos templários, mas, especulações à parte, no princípio do século XV, a cruz da Ordem de Cristo, tão parecida com a Cruz Templária, adornava as velas dos navios portugueses que exploravam mares desconhecidos, e o papa Calisto III, por meio da bula Inter caetera (1456), concedeu à Ordem de Cristo a jurisdição «espiritual» sobre todas as terras «adquiridas» e a «adquirir» com a expansão marítima de Portugal.
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A regra dessa ordem da Cavalaria de monges guerreiros foi escrita por {São} Bernardo de Clairvaux. A sua divisa foi extraída do livro dos Salmos: “Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam” (Salmos. 115:1 – Vulgata Latina) que significa “Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome” (tradução Almeida)
“Leões na guerra e cordeiros no lar; rudes cavaleiros no campo de batalha, monges piedosos na capela; temidos pelos inimigos de Cristo, a suavidade para com os seus amigos”. – Jacques de Vitry
TODOS OS CRÉDITOS PARA: https://thoth3126.com.br/o-destino-do-enorme-tesouro-dos-templarios-pode-ter-sido-portugal/
Obrigado por tudo Thoth3126!!!
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