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A cidade de Criciúma, no Norte de Santa Catarina, passou por uma madrugada de violência nesta terça-feira
1. Uma quadrilha fortemente armada invadiu a tesouraria regional do Banco do Brasil da cidade, provocou incêndios, bloqueou ruas, usou reféns como escudos e atirou várias vezes.
2 (duas) pessoas ficaram feridas: um policial militar e um vigilante.
Segundo informou a Polícia Civil, cerca de 30 pessoas encapuzadas participaram da ação simultânea. Nenhum dos suspeitos foi preso até o momento.
O ataque durou mais de uma hora e a Prefeitura pediu ajuda a batalhões de municípios vizinhos e também para cidades do Rio Grande do Sul.
Pelas redes sociais, vários vídeos do momento da ação mostram a violência dos criminosos. Reféns são vistos sentados no meio da rua
Durante a fuga, pelo menos um malote de dinheiro foi abandonado pela quadrilha. Cédulas e cápsulas também ficaram espalhadas pelas ruas. Segundo o prefeito, os criminosos fugiram em comboio.
O prefeito da cidade, Clésio Salvaro (PSDB), pediu para os moradores ficarem em casa.
“Criciúma é alvo de um assalto de grandes proporções. Junto às autoridades militares e forças de segurança, seguimos monitorando e acompanhando o desenrolar dos fatos. Fiquem em casa. MUITO CUIDADO!”, escreveu o prefeito.
Uma quadrilha sitiou o Centro de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, para assaltar um banco entre o fim da noite desta segunda-feira (30) e início da madrugada desta terça-feira (1º) — veja vídeo acima. O grupo fortemente armado invadiu a tesouraria regional de um banco, provocou incêndios, bloqueou ruas e acessos à cidade, usou reféns como escudos e atirou várias vezes.
A polícia encontrou 10 carros utilizados pelos criminosos. Os veículos estavam em um milharal em Nova Veneza, cidade vizinha, e eram de "alta potência e grande valor comercial", segundo o delegado Vitor Bianco.
FOTOS: Imagens mostram rastro de violência do ataque
CRONOLOGIA: Entenda como ataque aconteceu
Resumo:
Cerca de 30 pessoas encapuzadas assaltaram uma agência do Banco do Brasil no Centro de Criciúma às 23h50 de segunda-feira (30). A ação durou 1 hora e 45 minutos.
Pessoas foram feitas reféns e cercadas por criminosos; houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia.
Um PM e um vigilante ficaram feridos. Ninguém morreu. O PM precisou passar por três cirurgias.
Criminosos fugiram, e parte do dinheiro ficou espalhada pelas ruas. Valor levado e abandonado não foi informado.
Quatro moradores foram detidos após recolherem R$ 810 mil que ficaram jogados no chão devido a explosão durante o assalto.
Criminosos também deixaram 30 quilos de explosivos para trás. Polícia não sabe o total utilizado.
10 carros usados no assalto foram apreendidos em um milharal de uma propriedade privada em Nova Veneza, a noroeste de Criciúma.
A PM acredita, baseada em manchas de sangue encontradas nesses veículos, que pelo menos dois criminosos tenham se ferido.
Em nota, o Banco do Brasil disse que funcionários não foram feridos, que não há previsão para reabertura da agência e que não informa "valores subtraídos durante ataque às suas dependências".
'Foi apavorante', diz morador após tiroteio
Criminosos deixaram cidade em comboio: 'Surreal', diz prefeito
A prefeitura pediu ajuda a batalhões de municípios vizinhos e também para cidades do Rio Grande do Sul.
Criciúma tem cerca de 217 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e fica 200 km ao sul da capital catarinense, Florianópolis, e 285 km ao norte da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. A economia do município se baseia, principalmente, em exploração de carvão, indústria, agricultura e pecuária.
Os primeiros relatos do tiroteio foram feitos por volta da meia-noite. O som dos disparos foi ouvido principalmente na região central de Criciúma.
Imagens nas redes sociais mostraram reféns e pessoas cercadas nas ruas pelos criminosos. Homens foram deixados sem camisa sentados sobre uma faixa de pedestres na rua.
A Polícia Militar (PM) informou que o grupo incendiou um túnel no município de Tubarão (SC) que dá acesso a Criciúma, para tentar impedir que reforços chegassem até o local dos assaltos.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um caminhão com placa de Dumont (SP) foi atravessado no túnel, na BR-101, e foi incendiado. Também foram espalhados miguelitos (apetrechos de metal capazes de furar pneus de carros) para dificultar a ação da polícia e dos bombeiros. O túnel foi liberado após os bombeiros apagarem as chamas.
O delegado Victor Bianco Cruz informou que os criminosos usaram veículos de "alta potência e grande valor comercial", de marcas como Audi, Land Rover, BMW, Mitsubishi e Volkswagen.
"Nós acreditamos, sim, que o valor levado é bastante grande, pelos vídeos que circulam nas redes sociais aqui, onde teria uma enorme quantidade de dinheiro na caçamba de uma caminhonete", disse o delegado.
Alguns tinham placas de São Paulo, mas até a última atualização desta reportagem a polícia não sabia se elas eram verdadeiras ou falsas.
Após o ataque, os criminosos fugiram e abandonaram dinheiro no local. Por volta das 2h30, peritos estavam nas ruas para analisar a suspeita de abandono de materiais explosivos. Nas calçadas e nas ruas próximas da ação foram encontradas várias cápsulas de munição, inclusive de fuzil.
O Prefeito da cidade, Clésio Salvaro (PSDB) disse que grupo fugiu em comboio: "Cena surreal" (veja entrevista abaixo).
Funcionários que pintavam faixas feitos reféns
Salvaro também disse que os reféns foram liberados sem ferimentos. Os homens mostrados em imagens divulgadas em rede social sentados em uma rua, usados como uma barreira pela quadrilha, eram funcionários do município que pintavam faixas de trânsito.
Durante a madrugada, Salvaro orientou aos moradores que ficassem em casa.
"A cidade neste momento tá sitiada. São criminosos aí muito bem preparados. Certamente vieram de outros estados da federação. Recomenda-se que você fique em casa", disse à 1h.
"Dezembro vai ser melhor e mais leve" 1° de dezembro: Criciúma pic.twitter.com/RBccGPe1W4 — December 1, 2020
Catadores de lixo feito reféns em Criciúma... Que loucura, meu Deus! pic.twitter.com/kpWAg20zfP — December 1, 2020
Assaltantes estão saíndo de Criciúma nesse exato momento pic.twitter.com/GGF8WiqGjv — December 1, 2020
VÍDEOS: veja imagens do terror causado por assalto a banco
Polícia fala em 'novo cangaço'
A PM disse que buscou reforços. Segundo o tenente-coronel Cristian Dimitri Andrade, do 9ª Batalhão da Polícia Militar (9º BPM), agentes de Araranguá, Tubarão e Içara se deslocaram para a cidade.
"Uma quadrilha do crime organizado, que é especializada em assalto a banco. A gente chama de modalidade 'novo cangaço'. Eles fazem assaltos simultâneos, atacam quartéis, como atacaram no batalhão também", disse o tenente-coronel ainda na madrugada.
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Choque da PM de Florianópolis também foram acionados.
Segundo a polícia, foi levado o dinheiro do cofre do banco, que era o alvo do grupo de criminosos. O valor total do roubo ainda não foi divulgado. A explosão provocada durante a ação danificou estrutura da tesouraria regional, que fica anexa à agência bancária, no Centro do município.
Fuga
Durante a fuga, pelo menos um malote de dinheiro foi abandonado pela quadrilha. Cédulas e cápsulas de bala também ficaram espalhadas pelas ruas.
Criminosos também deixaram 30 quilos de explosivos para trás. Polícia não sabe o total utilizado.
KKKKKKKKKKKK auxílio do governo já tá pago lá em Criciúma pic.twitter.com/jVcTmNxJOj — December 1, 2020
PM e vigilante baleados
Ao menos um policial militar e um vigilante foram baleados. Conforme Andrade, o policial foi atingido na região do abdômen e foi levado ao hospital, onde precisou passar por três cirurgias. O estado de saúde dele é considerado estável.
Ainda não há informações sobre o estado de saúde da outra vítima.
Pronunciamento do governador
O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), afirmou sobre o assalto que a “ação foi bem-sucedida para os marginais, essa é a verdade". A declaração foi dada durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (1°).
“Eles conseguiram o seu intento, mas nós precisamos de fato colocar o estado à disposição porque nós temos já um histórico de investigação sobre esse tipo de atuação com sucesso na resolução de problemas", afirmou Moisés.
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OBRIGADO!!!
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