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Postado em Politicamente Incorreto por: Dom Pedro II
Desde o final de março de 2020, todo cidadão comum tem se tornado um expert em virologia e infectologia. O grupo do WhatsApp é agora um grande centro de estudos para a geração carinhosamente apelidada de “Boomer” pelos jovens, e o senso comum é: Fique em casa, álcool 70%, máscara salva vidas.
Mas é claro que, em pleno 2020, com a enorme facilidade de se obter informações, o Jornal Nacional não tem mais a última palavra sobre o que é verdade, e a veracidade das informações é questionada a todo momento. A reação da mídia, diante tamanha concorrência, é denominar aquilo que não faz parte de sua agenda ideológica, ou aquilo que não bate com o que foi por ela noticiado, Fake News.
Diante tamanha divergência entre Jornalismo, produtores independentes, governo, oposição, cientistas, economistas e etc., surge uma disputa pela alegação de estar ao lado da verdade e, como sempre, aqueles que possuem o maior poder coercitivo e maior postura de autoridade tomam vantagem.
Em primeiro lugar, é necessário entender a quem interessa cada narrativa. O assunto mais noticiado é, de longe, o coronavírus e, apesar de se tratar de uma pandemia, os seres humanos conseguem tirar proveito da situação para atingir seus objetivos que envolvem a opinião das massas. Dentre eles podemos citar os políticos e os globalistas (e é claro, os políticos globalistas).
“Estamos à beira de uma transformação global. Tudo que precisamos é uma grande crise e as nações aceitarão a nova ordem mundial.”. Nas palavras de David Rockefeller, percebe-se que, devido ao globalismo não ser um modelo amplamente aceito, o sentimento de necessidade e dependência do amparo estatal, a vontade de controlar as políticas de outras partes do mundo e a fragilidade emocional que que encontra a sociedade são fatores que auxiliam na aceitação de um Governo Mundial.
Além de compartilhar de ideias como essas, políticos têm outro meio de se beneficiar da pandemia, que tem reflexos daquilo que os leva a se candidatar: Políticos em geral são seres humanos que buscam controlar a vida dos demais, além de usar dinheiro que não os pertence. Em uma crise como essa, a aceitação da população com relação ao poder do político sobre a vida alheia aumenta, assim como a aceitação de permitir elevar seus gastos aumenta.
Percebemos, então, que a pandemia que enfrentamos é um cenário desejado tanto pelos bilionários globalistas, quanto pelos governadores, prefeitos e demais políticos. Mas então, onde entram os jornalistas acima citados? Os jornalistas do Mainstream entram em cena (literalmente) para ajudar nos interesses das duas classes interessadas. Isso porque, infelizmente, a formação do senso crítico da maioria dos alunos de ciências humanas é afetada pela ideologia de esquerda. Fenômeno que é perfeitamente abordado e explicado no livro “A Mentalidade Anticapitalista” de Ludwig von Mises, pode ser brevemente resumido em: Ao perceber a complexidade em se manter no mercado com seus grandes salários (ou grandes fortunas, no caso dos bilionários), o grande esforço para continuar a agradar os consumidores e a facilidade de perder seu status, classes como a de jornalistas clamam pela regulação estatal para a proteção de sua própria posição no mercado.
Tendo explicado superficialmente a quem serve a narrativa alarmista da crise do coronavírus, não é difícil perceber que é necessário algo além de meras notícias para manter a credibilidade do povo na necessidade do aumento de gastos e de poder dos governantes, e ainda descredibilizar as mídias alternativas e matérias dissonantes para o telespectador médio. Nesse momento entram os “legitimadores”.
O estado sempre precisou de intelectuais para se manter. A pura coerção não é capaz de manter o estado de pé, pois a força policial de um estado não é nada quando comparada com a força de toda a população. Por isso este sempre subsidiou o trabalho de pensadores, como exemplo, Nicolau Maquiavel. Ouvir de alguém considerado um filósofo ou intelectual que as práticas dos governantes são belas ou necessárias aumenta a aceitação do povo governado, e dessa forma, as ideias e não a força mantém o poder. Por herança intelectual de Karl Popper e seu positivismo, o que legitima as atrocidades cometidas pelos governantes não é mais uma filosofia, mas sim a ciência. Alegando ser científico, e com respaldo de organizações que possuem certa credibilidade (OMS), esses governantes ferem direitos e leis de cunho filosófico e moral com seu cientificismo, e aqueles que questionam suas medidas recebem como resposta a frase “Não se refuta ciência com opinião. ”
Essa tentativa de desqualificar os questionamentos sobre as medidas adotadas por políticos resulta em dois problemas que abordarei a seguir.
⌐ O problema do utilitarismo:
A ciência traz vários fatos importantíssimos sobre a natureza humana e do mundo. Levar esses fatos em consideração para agir ajuda a humanidade a evoluir e melhorar. Porém, as conclusões científicas devem ficar nos fatos, e não se tornar leis. Além de ser um erro filosófico derivar uma norma de um fato (a chamada “Guilhotina de Hume”), do ponto de vista moral, usar a ciência para elaborar as leis humanas visando qualquer fim (eficiência produtiva, sobrevivência, evolução...) resultaria em atrocidades. Se eliminarmos as leis que desenvolvemos com a filosofia e a de-ontologia (Respeitar a vida alheia, a propriedade alheia, a liberdade...), cairíamos em regras absurdas que resultariam de estudos científicos, como o controle de o que comer, quando dormir, qual função exercer na sociedade (visando eficiência e grande produção), ou mesmo conclusões de que certas vidas humanas não valem os recursos produzidos, e devem ser encerradas para obter uma distribuição de recursos eficiente. Enfim, a ciência não pode ser levada em conta ao se derivar leis que regem a ação humana, pois princípios como a liberdade existiriam em tais leis apenas se fossem úteis.
Então, para pessoas que enxergam apenas o "científico" e "não científico", qualquer questionamento que não tenha embasamento científico será apenas uma opinião, e será descartado de debate. Dessa forma, abre-se brecha para autoritarismos em nome da ciência, pelos motivos citados acima, e pelo próximo tópico.
⌐ O problema da validade das ciências naturais:
Filósofos como Hume e Kant tentaram entender qual tipo de conhecimento poderia ser tomado como seguro. Ambos têm críticas ao empirismo, método que as ciências naturais usam para obter suas conclusões. Não entrarei no assunto de forma aprofundada para não tornar o texto cansativo, mas o método empírico não é em si um método confiável, que pode trazer verdades incontestáveis. Tinha-se certeza que o sol dava voltas na terra, já que a observação até então dava a crer nisso. Foi só quando Nicolau Copérnico resolveu fazer testes mais a fundo que veio a conclusão de que era a terra quem dava voltas ao redor do sol. O exemplo pode ser tolo e não totalmente fidedigno às grandes contribuições dos filósofos para a epistemologia, mas é só uma forma de mostrar para os não entendedores que não sabemos se iremos, em um futuro próximo, fazer descobertas que contestam as certezas que obtemos através da ciência atual.
Apenas com esses questionamentos, ou com o “problema da indução de Hume”, já se pode colocar em dúvida as conclusões de estudos usados para legitimar ações do governo no combate ao covid sem “estar usando opiniões”, mas quero tornar o questionamento mais tangível.
Átila Iamarino, biólogo que falou em prolongar a quarentena até 2022, vem ganhando espaço por falar sobre medidas de combate ao covid e, principalmente, por nos dizer o que os políticos querem que nós acreditemos.
Átila tweetou: “Se apresentamos resultados de um estudo e você discorda, apresente o seu estudo. Se você não concorda com os modelos publicados, publique sua crítica em uma revista revisada por pares apontando os problemas. Caso contrário, é só uma opinião e não um argumento."
O que ele disse nesse tweet é uma forma excelente de evitar ser questionado ou refutado: Quer questionar o método que uso? Use o método que eu uso para isso, faça sua crítica passar por pessoas que acreditam nesse mesmo método, se não, seu questionamento não valerá de nada para mim. Acho que não preciso demonstrar por que Átila está equivocado em dizer que não podemos questionar seu crivo, afinal, ele mesmo questiona a validade de pesquisas, e mostra como elas são usadas para manipular a opinião pública no vídeo “Por que as pesquisas erram tanto? Como enganar com números”, em seu canal “Nerdologia”. O que esse vídeo mostra é muito semelhante ao que acontece em certas pesquisas científicas, por exemplo, no que diz que o coronavírus pode ficar 8 horas suspenso no ar, e que ocorreria a transmissão mesmo depois do contaminado sair do ambiente. Para um leigo, é suficiente dizer que foi feito um estudo por especialistas, mas, ao verificar a forma com a qual foi tirada a conclusão, nota-se que bastou encontrar o RNA do vírus no ar, sem saber se ele permaneceu vivo, se aquela quantidade seria suficiente para infectar outro indivíduo, etc. Ao se aprofundar mais (algo que a população geral não faz), é possível encontrar outros pesquisadores questionando a veracidade da conclusão, mas tal questionamento nunca será noticiado, pois a pesquisa já alcançou seu objetivo, amedrontar um pouco mais a população, e noticiá-lo reverteria parte desse efeito.
Jornalistas, assim como todos as pessoas, têm uma ideologia, e buscarão usar sua posição para promovê-la. Só cabe a nós saber que nenhuma autoridade em um assunto garante sua veracidade, e não é arrogância questionar qualquer conclusão que venha a ser denominada científica, pelo contrário, é a única forma de não ser obrigados a acreditar em tudo que querem que acreditemos.
Autor: Otávio Augusto
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