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As Digitais dos deuses (29) – A Primeira Tentativa de Decifrar um Antigo Código

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Posted by Thoth3126 on 21/11/2021


O plano orbital da terra, projetado para fora e formando um grande círculo na esfera celeste, é conhecido como eclíptica. Em volta da eclíptica, em um cinturão estrelado que se estende aproximadamente em 7° ao norte e sul, encontramos as doze constelações do zodíaco: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Essas constelações têm tamanho, forma e distribuição irregulares. Não obstante (e, supomos, por acaso!), seu espaçamento em torno da borda da eclíptica é suficientemente uniforme para conferir um senso de ordem cósmica ao nascer e ao pôr-do-sol durante o dia.

 

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Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch


Livro “AS DIGITAIS dos DEUSES”, uma resposta para o mistério das origens e do fim da civilização

  • Capítulo 1: Brasil e o mapa de Piri Reis

  • Capítulo 2: Rios na Antártida

  • Capítulo 3: Impressões Digitais de uma Ciência Perdida

  • Capítulo 4: O Vôo do Condor

  • Capítulo 4: A Trilha Inca Para o Passado

Por Graham Hancock, livro “AS DIGITAIS DOS DEUSES”, Tradução de Ruy Jungmann, editora Record 2001.


CAPÍTULO 29 – A Primeira Tentativa de Decifrar um Antigo Código


Para compreender o que está envolvido aqui, faça o seguinte:

  1. Marque um ponto no centro de uma folha de papel em branco;

  2. Desenhe um círculo em torno do ponto, a mais ou menos dez centímetros dele;

  3. Feche esse círculo dentro de um segundo círculo, mais largo.

O ponto representa o sol. O menor dos dois círculos concêntricos representa a órbita da Terra. O círculo mais largo representa a borda da eclíptica. Em volta do perímetro desse círculo mais amplo, por conseguinte, você deve desenhar em seguida doze caixas, a uma distância uniforme uma da outra (30º), para representar as constelações do zodíaco. Uma vez que há 360° em um círculo, pode-se considerar que cada constelação ocupa um espaço de 30° ao longo da eclíptica. O ponto é o sol. O mais interno dos dois círculos concêntricos é a órbita da Terra. Sabemos que a Terra percorre essa órbita em direção anti-horária, de oeste para leste, e que em cada 24 horas ela faz também uma rotação completa em torno de seu eixo (mais uma vez, de oeste para leste). Desses dois movimentos, resultam duas ilusões (que “definem a nossa realidade”):



1. Todos os dias, enquanto o planeta gira de oeste para leste, o sol (que, claro, é um ponto fixo) parece “mover-se” pelo céu de leste para oeste.

2.  Aproximadamente a cada trinta dias, enquanto a terra, girando, viaja ao  longo de sua trajetória orbital em torno do sol, o próprio sol parece “passar”  lentamente através de uma após outra das doze constelações zodiacais  (grupos de estrelas-sóis-que são também pontos fixos) e, mais uma vez,  dá a impressão de “mover-se” em uma direção leste-oeste.

Em qualquer dia do ano, em outras palavras (correspondendo em nosso diagrama a qualquer ponto que quisermos escolher em torno do círculo concêntrico interno que marca a órbita da terra), é óbvio que o sol se situará entre um observador na Terra e uma das doze constelações zodiacais. Nesse dia, o que o observador verá, enquanto estiver acordado antes do amanhecer, é o sol erguendo-se no leste, na parte do céu ocupada por essa constelação particular. Sob os céus claros e sem poluição do mundo antigo, é fácil compreender que seres humanos poderiam se sentir tranqüilizados por movimentos celestes regulares como esses. É igualmente fácil compreender por que motivo os quatro pontos cardeais do ano – os equinócios da primavera e outono e os solstícios do inverno e verão – foram considerados em toda parte como de imensa importância.


Maior importância ainda era atribuída à conjunção desses pontos com as constelações (grupos de estrelas-sóis) do zodíaco. Mais importante que tudo, porém, era a constelação onde se via o sol nascendo na manhã do equinócio de primavera (ou equinócio vernal).


Devido à precessão do eixo da terra, os antigos descobriram que essa constelação não era fixa ou permanente durante todo tempo, mas que a honra de “abrigar” ou “transportar” o sol no dia do equinócio vernal circulava – lenta, muito lentamente – entre todas as constelações do zodíaco. Nas palavras de Giorgio de Santillana: “A posição do sol entre as constelações no equinócio vernal era o ponteiro que indicava as ‘horas’ do ciclo de precessão – horas muito compridas, na verdade, uma vez que o sol equinocial ocupava cada constelação do zodíaco durante quase 2.200 anos”.


A direção da lenta precessão axial da Terra é no sentido horário (isto é, de leste para oeste) e, dessa maneira, contrária à direção da trajetória anual do planeta em torno do sol. Em relação às constelações do zodíaco, fixas no espaço, esse fato faz com que o ponto em que ocorre o equinócio de primavera “mova-se obstinadamente ao longo da eclíptica na direção oposta ao curso anual do sol, que ocorre contra a sequência “certa” dos signos do zodíaco (Touro – Áries – Peixes – Aquário, em vez de Aquário – Peixes – Áries – Touro).


Este, resumidamente, é o significado da “precessão de equinócios”. E é isso exatamente o que está implicado na idéia de (que estamos no) “alvorecer da Era de Aquário”. O verso famoso do musical Hair refere-se ao fato de que, todos os anos, nos últimos 2.000 anos, mais ou menos, o sol nasceu em Peixes no equinócio vernal. A era de Peixes, contudo, aproxima-se neste momento do fim e o sol vernal, em breve, deixará o setor de Peixes e começará a nascer contra o novo pano de fundo do grupo de estrelas-sóis da constelação de Aquário.


O ciclo de 25.776 anos de precessão é o motor que impulsiona esse majestoso jogo de forças celeste em sua viagem eterna pelos céus. Vale a pena conhecer também os detalhes de como, exatamente, a precessão muda os pontos equinociais de Peixes para Aquário – e daí para a frente em volta do zodíaco. Lembre-se de que o equinócio ocorre apenas nas duas únicas ocasiões do ano em que o eixo inclinado da terra está transversal ao sol. Isso acontece quando o sol nasce exatamente à leste em todo o mundo e o dia e a noite têm igual duração.


Uma vez que o eixo da terra está fazendo uma lenta mas ininterrupta precessão em uma direção oposta à da sua própria órbita, os pontos nos quais está transversal ao sol têm de ocorrer em uma fração de tempo mais cedo na órbita, todos os anos. Essas mudanças anuais são tão pequenas que se tornam quase imperceptíveis (uma mudança de um grau ao longo da eclíptica – equivalente à largura de nosso dedo mindinho com o braço estendido e erguido contra o horizonte – requer aproximadamente 72 anos para se completar). Não obstante, como observa Santillana, essas mudanças minúsculas acumulam-se em pouco menos de 2.200 anos em uma passagem de 30º através de uma casa completa do zodíaco e, em pouco menos de 26.000 anos, em uma passagem de 360º através de um ciclo completo de precessão.


Quando teriam Os Antigos Descoberto a Precessão dos Equinócios?


Na resposta a essa pergunta há um grande segredo, e mistério, do passado. Mas, antes de tentar penetrar no mistério e aprender o segredo, temos que nos familiarizar com a linha de pensamento “oficial”, da “academia, “aceita pelos eruditos”. A Enciclopédia Britânica, que é um repositório tão bom quanto qualquer outro da (pretensa) sabedoria histórica convencional, ensina-nos o seguinte sobre um erudito chamado Hiparco, o “suposto descobridor” da precessão:



Hiparco  (nascido em Nicéia, Bitínia, e falecido após o ano 127 d.C. em Rodes),  astrônomo e matemático grego que descobriu a precessão dos equinócios.  (…) Essa notável descoberta foi resultado de exaustivas observações,  efetuadas por uma mente aguda. Hiparco observou as posições das estrelas  e, em seguida, comparou seus resultados com os de Timocharis de  Alexandria, referentes a um período anterior em 150 anos e com observações mais antigas realizadas na Babilônia.  Descobriu ele que as longitudes celestes eram diferentes e que essa  diferença era de uma magnitude que excedia aquela que podia ser  atribuída a erros de observação. Ele, em conseqüência, sugeriu a  precessão para explicar a magnitude da diferença e deu um valor de 45′  ou 46′ (segundos de arco) às mudanças anuais. Este resultado aproxima-se muito do número de 50,274 segundos do arco, hoje aceito. (…)

Em primeiro lugar, uma questão de terminologia. Segundos de arco são as menores subdivisões de um grau do arco. Há 60 segundos de arco em cada minuto de arco, 60 minutos em um grau e 360 graus no círculo completo da trajetória da terra em torno do sol.


Uma mudança anual de 50,274 segundos de arco representa uma distância de cerca de pouco menos de um sexagésimo de grau, de modo que são necessários aproximadamente 72 anos (uma vida humana média inteira) para que o sol equinocial migre apenas um grau ao longo da eclíptica. Devido às dificuldades de observação implicadas na detecção dessa taxa de passo de caracol, o valor achado por Hiparco no século II a.C. foi considerado pela Britânica como uma “descoberta” notável.

  • Mas essa descoberta pareceria tão notável se viesse a ser apurado (e aceito) que foi uma redescoberta?

  • As realizações matemáticas e astronômicas dos gregos brilhariam com tanto fulgor se pudéssemos provar que o difícil desafio de medir a precessão foi aceito (percebido) milhares de anos antes de Hiparco?

  • E que esse ciclo celeste, de quase 26.000 anos de duração, tivesse sido objeto de investigação científica exata, muito antes do suposto alvorecer do pensamento científico?

Na busca de respostas a essas perguntas, há muita coisa talvez relevante que jamais seria aceita em qualquer tribunal de justiça como prova concreta. Tampouco iremos aceitá-la.


Vimos que Hiparco propôs o valor de 45 ou 46 segundos de arco para um ano de movimento de precessão. Evitemos, portanto, desalojar o astrônomo grego de seu pedestal como descobridor da precessão, a menos que possamos achar um valor significativamente mais exato, registrado em uma fonte significativamente mais antiga.


Claro, são muitas as fontes potenciais. Neste ponto, contudo, no interesse da brevidade, vamos limitar nossa indagação a “mitos” universais. Já examinamos em detalhe um deles (as tradições do dilúvio e cataclismo estudadas na Parte IV) e vimos que eles incluem uma grande faixa de características intrigantes:

  1. Não há a menor dúvida de que eles são imensamente antigos. Vejamos a história mesopotâmica do dilúvio, versões da qual foram encontradas inscritas em tabuinhas nos estratos mais antigos da história sumeriana, ou por volta do ano 3000 a.C. Essas tabuinhas, que nos chegaram do alvorecer do passado “documentado”, não deixam margem à dúvida de que a tradição de uma inundação que destruiu o mundo já era antiga nessa ocasião e que, portanto, teve origem muito tempo antes desse alvorecer. Não sabemos quando. Mas resta o fato de que nenhum “erudito” jamais pôde estabelecer uma data para a criação de qualquer mito, quanto mais dessas tradições veneráveis e gerais. Em um sentido bem real, parece que elas sempre existiram – como parte da bagagem permanente da cultura humana.

  2. Não podemos descartar a possibilidade de que essa aura de antiguidade remotíssima não seja uma ilusão. Ao contrário, vimos que muitos dos grandes mitos sobre cataclismo parecem conter descrições exatas, de testemunhas oculares, das condições reais pelas quais passou a humanidade na última Era Glacial. Em teoria, por conseguinte, essas histórias poderiam ter sido concebidas quase na mesma ocasião do aparecimento de nossa subespécie Homo sapiens sapiens, talvez há 50.000 anos. A prova geológica, no entanto, sugere uma origem mais recente e identificamos acima a época de 15.000 a 8.000 anos a.C. como a mais provável. Só nessa ocasião, no conjunto da experiência humana, ocorreram rápidas mudanças climáticas na escala convulsiva que os mitos descrevem com tanta eloqüência.

  3. A Era Glacial e seu tumultuoso desaparecimento foram fenômenos globais. Por isso mesmo, talvez não deva surpreender que as tradições de cataclismo de tantas culturas diferentes, largamente espalhadas em volta do globo, sejam caracterizadas por alto grau de uniformidade e convergência.

  4. O que surpreende, contudo, é que os mitos descrevem não só experiências compartilhadas, mas que o façam no que parece ser uma linguagem simbólica também comum. Os mesmos “motivos literários” reaparecem uma vez após outra, os mesmos “macetes” estilísticos, os mesmos personagens reconhecíveis e os mesmos enredos.

De acordo com o professor Santillana, esse tipo de uniformidade sugere uma “mão orientadora em ação”. No sei livro Hamlet’s Mill: An Essay Investigating the Origins of Human Knowledge And Its Transmission Through Myth, uma fecunda e original tese sobre mitos antigos, escrita em colaboração com Hertha Von Dechend (professora de história da ciência da Universidade de Frankfurt), argumenta ele que:



A  universalidade é, por si mesma, um teste, quando associada a um padrão  firme, Quando alguma coisa encontrada, digamos, na China, surge também  nos textos astrológicos babilônicos, temos de supor que ela é importante  se revela um complexo de imagens incomuns que ninguém poderia alegar  que surgiram independentemente, por geração espontânea. Vejamos a origem  da música, Orfeu e sua horrível morte podem ser uma criação poética,  nascida em mais do que um único caso em lugares diferentes. Mas quando  personagens que não tocam lira, mas flautas, são esfolados vivos por  várias razões absurdas, e seu fim idêntico é repetido em vários  continentes, então ficamos com a impressão de que descobrimos alguma  coisa, uma vez que tais histórias não podem ser ligadas por sequência  interna. E quando o flautista surge tanto no mito alemão de Hamelin  quanto no México antes de Colombo, e está ligado em ambos os lugares a  certos atributos, tal como a cor vermelha, esse fato dificilmente pode  ser uma coincidência. (…) De igual maneira, quando encontramos números  como 108, ou 9 x 13, reaparecendo sob a forma de vários múltiplos nos  Vedas, nos templos de Angkor Vat (Cambodja), na Babilônia, nas sombrias  palavras de Heráclito, e também no Valhalla escandinavo, não lidamos com  um acaso…


Ligando os grandes mitos universais de cataclismo, será possível que essas coincidências, que não podem ser coincidências, e acasos que não podem ser acasos, possam denotar a influência global de uma mão orientadora antiga, embora ainda não identificada? Se assim, poderia ser ela a mesma mão que, durante e após a Última Era Glacial, desenhou a série de mapas-múndi altamente precisos e tecnicamente avançados que estudamos na Parte I? E não poderia essa mesma mão ter deixado suas impressões digitais sobrenaturais em outro corpo de mitos universais, como os que falam na morte e ressurreição de deuses, grandes árvores em torno das quais revolvem a terra e os céus, e vórtices, batedeiras, furadeiras e outros aparelhos semelhantes para mexer e moer?


Segundo Santillana e Von Dechend, todas essas imagens (os “mitos”) se referem a eventos celestes e fazem isso, além do mais, na linguagem técnica refinada de uma ciência astronômica e matemática arcaica, mas “imensamente sofisticada”, essa linguagem ignorava crenças e cultos locais. Concentrava-se em números, movimentos, medidas, marcos de referência gerais, esquemas – na estrutura dos números, na geometria. De onde teria vindo essa linguagem? O livro Hamlet’s Mill é um labirinto de erudição brilhante, embora deliberadamente evasivo, e não nos dá uma resposta direta a tal pergunta. Aqui e ali, contudo, quase que com embaraço, encontramos palpites inconclusivos. A certa altura, por exemplo, os autores dizem que a linguagem, ou “código” científico, que acreditam ter identificado, é de “uma antiguidade impressionante”. Em outra ocasião, fixam com mais precisão a profundeza de tal antiguidade em um período de pelo menos “6.000 anos antes de Virgílio” – em outras palavras, há 8.000 anos ou mais.


Que civilização conhecida da história “oficial” poderia ter criado e usado uma linguagem técnica sofisticada há mais de 8.000 anos? A resposta honesta a essa pergunta é “nenhuma”, seguida pela confissão franca de que aquilo que está sendo objeto de conjectura é nada menos que um episódio esquecido de alta cultura tecnológica na pré-história. Mais uma vez, Santillana e Von Dechend mostram-se vagos, falando apenas no legado que todos nós devemos a “alguma quase inacreditável civilização ancestral”, a “primeira que ousou compreender o mundo como criado de acordo com número, medida e peso”. A herança, claro, tem a ver com pensamento científico e informações complexas de natureza matemática. Mas como é extremamente antiga, a passagem do tempo extinguiu-a:



Quando  os gregos entraram em cena, a poeira dos séculos já havia assentado  sobre os restos dessa grande construção arcaica, de âmbito mundial.  Ainda assim, alguma coisa sobreviveu em ritos tradicionais, em mitos e  contos de fada que não mais compreendemos. (…) Estes são os fragmentos  instigantes de um todo perdido. E levam-nos a pensar naquelas “paisagens  enevoadas”, nas quais os chineses são mestres, que mostram aqui uma  rocha, uma cumeeira, ali a ponta de uma árvore e deixam o resto à  imaginação. 

Mesmo nos casos em que o código produziu resultados, quando as técnicas se tornaram conhecidas, não podemos esperar avaliar o pensamento desses nossos ancestrais remotos, envolvidos como estão em seus símbolos, uma vez que desapareceram para sempre as mentes criativas, organizadoras, que inventaram os símbolos.


O que temos aqui, portanto, são dois ilustres professores de história da ciência, de universidades renomadas em ambos os lados do Atlântico, alegando ter descoberto os restos de uma linguagem científica codificada, muitos milhares de anos mais velha do que as mais velhas civilizações humanas identificadas e aceitas “pelos estudiosos”. Além do mais, embora se mostrem de modo geral cautelosos, Santillana e Von Dechend alegam também ter “decifrado parte desse código”. Trata-se de uma declaração extraordinária, tendo sido feita por dois respeitáveis professores universitários (e parte do establishment acadêmico de eruditos).

 

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