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Posted by Thoth3126 on 17/11/2021
“Embora não espere que um texto sobre mecânica celeste seja tão fácil como uma canção de ninar, o leitor moderno insiste em que tem capacidade de compreender imediatamente “imagens” míticas, porque só pode respeitar como “científicas” fórmulas de aproximação de uma página de extensão, e coisas assim. Ele não pensa na possibilidade de que conhecimentos igualmente importantes possam ter sido outrora expressos em linguagem do dia a dia. Jamais desconfia dessa possibilidade, embora as realizações visíveis de culturas antigas – bastando mencionar as pirâmides e a metalurgia – devam ser razões convincentes para que ele conclua que homens inteligentes e sérios trabalharam atrás do palco da “história oficial” , homens que forçosamente deveriam ter usado linguagem técnica…”
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Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Livro “AS DIGITAIS dos DEUSES”, uma resposta para o mistério das origens e do fim da civilização
Capítulo 1: Brasil e o mapa de Piri Reis
Capítulo 2: Rios na Antártida
Capítulo 3: Impressões Digitais de uma Ciência Perdida
Capítulo 4: O Vôo do Condor
Capítulo 4: A Trilha Inca Para o Passado
Por Graham Hancock, livro “AS DIGITAIS DOS DEUSES”, Tradução de Ruy Jungmann, editora Record 2001.
O Mistério dos Mitos – 2. O Código da Precessão dos Equinócios
CAPÍTULO 28 – A Maquinaria do Céu
A citação anterior é do falecido Giorgio de Santillana, professor de história da ciência, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Nos capítulos que se seguirão, vamos aprender alguma coisa sobre seus estudos revolucionários de mitologia antiga. Em curtas palavras, porém, a ideia de Santillana era a seguinte: há muito tempo, indivíduos sérios e inteligentes criaram um sistema para esconder a terminologia técnica de uma ciência astronômica adiantada por trás da linguagem comum do mito. Teve ele razão? E, se teve, quem foram esses indivíduos sérios e inteligentes – esses astrônomos, esses antigos cientistas – que trabalharam nos bastidores da pré-história? Comecemos com alguns dados básicos.
A Louca Dança Celeste
A terra faz uma volta completa em torno de seu eixo a cada 24 horas e tem uma circunferência equatorial de 40.068km. Segue-se, portanto, que um homem imóvel no equador está, na verdade, em movimento, revolvendo com o planeta a pouco mais de 1.600km por hora. Vista do espaço exterior e olhando de cima para baixo e para o pólo Norte, a direção do movimento é no sentido anti-horário. Enquanto gira diariamente em torno de seu eixo, a terra descreve também uma órbita em torno do sol (mais uma vez, em sentido anti-horário), em vez de ser inteiramente circular.
Segue essa órbita a uma velocidade realmente alucinante, viajando em uma hora – 107.159km – tanto quanto a distância que um motorista típico cobriria em seis anos.
Traduzindo esses cálculos em escala mais modesta, isso significa que estamos percorrendo o espaço muito mais rápido do que qualquer bala, à razão de 29km por segundo. No tempo que você, leitor, precisou para ler este parágrafo, viajamos cerca de 884km na trajetória da terra em volta do sol. Sendo necessário um ano para completar o circuito completo, a única prova que temos da vertiginosa corrida orbital de que participamos é encontrada na lenta marcha das quatro estações.
E, na sucessão das próprias estações, torna-se possível identificar um maravilhoso e imparcial mecanismo em funcionamento que distribui equitativamente a primavera, o verão, o outono e o inverno em torno do globo, através dos hemisférios Norte e Sul, ano após ano, com regularidade absoluta. O eixo de rotação da terra é inclinado em relação ao plano de sua órbita (em 23,5° em relação à vertical). Essa inclinação, responsável pelas estações, “aponta” o pólo Norte, e todo o hemisfério Norte, para longe do sol durante seis meses por ano (enquanto o hemisfério Sul desfruta seu verão) e aponta o polo Sul e o hemisfério sul para longe do sol pelos seis meses restantes (enquanto o hemisfério Norte goza seu verão).
As quatro estações são resultado da variação anual no ângulo ao qual os raios do sol atingem qualquer ponto particular na superfície da terra, e da variação anual no número de horas de luz solar recebida por ela em diferentes ocasiões do ano. A inclinação da terra é denominada, em linguagem técnica, de “obliquidade”. O plano de sua órbita, estendendo-se para fora para formar um grande círculo na esfera celeste, é conhecido como a “eclíptica”. Os astrônomos falam também em “equador celeste”, que é um prolongamento do equador da terra na esfera celeste. O equador celeste está hoje inclinado a cerca de 23,5° em relação à eclíptica, porque o eixo da terra está inclinado a 23,5° em relação à vertical.
Esse ângulo de inclinação, denominado de “obliquidade da eclíptica”, nem é fixo nem imutável todo tempo. Ao contrário (como vimos no Capítulo 22 em relação à datação da cidade andina de Tiahuanaco, na Bolívia), está sujeito a oscilações constantes, embora muito lentas. Elas ocorrem em uma faixa de ligeiramente menos de 3°, aproximando-se mais da vertical a 22,1º e afastando-se no máximo a 24,5°. Um ciclo completo, de 24,5° a 22,1°, e de volta a 24,5°, leva aproximadamente 41.000 anos para ser completado. Nosso frágil planeta, portanto, inclina-se e gira enquanto percorre em velocidade alucinante sua trajetória orbital. A órbita leva um ano e, o giro, um dia, ao passo que a inclinação tem um ciclo de 41.000 anos. Uma louca dança celeste parece estar ocorrendo, enquanto saltamos, raspamos e mergulhamos na eternidade da escuridão do espaço interplanetário e sentimos o puxão de ânsias contraditórias: cair dentro do sol, por um lado, e soltarmo-nos e partir para a escuridão exterior, por outro.
Influências Ocultas
Sabe-se agora que o domínio gravitacional do sol, nos círculos internos dos quais a Terra é mantida cativa, estende-se por mais de 24 trilhões de quilômetros, quase que a metade do caminho até a estrela mais próxima (Alpha Centauro). A atração que o sol exerce sobre nosso planeta, portanto, é colossal. Somos também afetados pela gravidade dos demais planetas com os quais compartilhamos o sistema solar. Todos eles exercem uma atração que tende a puxar a Terra para fora de sua órbita regular em torno do sol. Os planetas são de diferentes tamanhos, contudo, e giram em torno do sol a velocidades diferentes. A influência gravitacional que podem exercer, portanto, varia com o tempo, de formas complexas, ainda que previsíveis, e a órbita muda de forma constantemente como reação.
Uma vez que a órbita é uma elipse, essas mudanças afetam seu grau de alongamento, conhecido tecnicamente como “excentricidade”.
Esta excentricidade varia de um valor baixo próximo de zero (quando a órbita aproxima-se da forma de um círculo perfeito) para um valor alto de 6%, quando está em sua forma mais alongada e elíptica. Há ainda outras formas de influência planetária. Embora nenhuma explicação tenha ainda sido dada, sabe-se que as freqüências de rádio de onda curta são perturbadas quando Júpiter, Saturno e Marte ficam alinhados. E, neste particular, surgiu também prova de uma estranha e inesperada correlação entre as posições de Júpiter, Saturno e Marte, em suas órbitas em torno do Sol, e perturbações elétricas violentas na atmosfera superior da Terra. Esse fato parece indicar que os planetas e o Sol fazem parte de um mecanismo cósmico-elétrico (e magnético) de equilíbrio, que se estende por bilhões de quilômetros a partir do centro de nosso sistema solar. Esse equilíbrio elétrico não é explicado nas teorias astro-físicas correntes.
O New York Times, do qual foi extraído a notícia acima, não tentou esclarecer mais o assunto. Seus jornalistas provavelmente não se davam conta do quanto se pareciam com Berosus, o historiador, astrônomo e vidente caldeu do século III a.C., que realizou um profundo estudo dos portentos que, acreditava, pressagiariam a destruição final do mundo.
Concluiu ele: “Eu, Berosus, intérprete de Bellus, afirmo que toda a terra será condenada às chamas quando os cinco planetas se reunirem em Câncer, tão organizados em fila que uma linha reta poderia passar através de suas esferas”.
Uma conjunção de cinco planetas, que se pode esperar exerça profundos efeitos gravitacionais, ocorrerá no dia 5 de maio do ano 2000, quando Netuno, Urano, Vênus, Mercúrio e Marte se alinharão com a Terra no outro lado do sol, iniciando uma espécie de cabo-de guerra cósmico. Note-se também que astrólogos modernos que inseriram em seus mapas a data maia para o fim do Quinto Sol [o fim do quinto mundo, no ano 2012 (21 de dezembro) de nossa era] calculam que, nessa data, haverá uma configuração muito estranha dos planetas, na verdade, uma configuração tão estranha “que só pode ocorrer uma vez a cada 45.000 anos… À vista dessa configuração extraordinária, bem que podemos esperar um efeito extraordinário”.
Ninguém em seu juízo perfeito correria para aceitar essa conclusão. Ainda assim, não se pode negar que influências múltiplas, muitas das quais não entendemos bem, parecem estar em ação em nosso sistema solar. Entre essas influências, temos também a de nosso próprio satélite, a Lua, que é especialmente forte. Terremotos, por exemplo, ocorrem com mais frequência quando a lua está cheia ou quando a terra se encontra entre o sol e a lua; quando a lua está na fase de nova ou entre o sol e a terra; quando ela cruza o meridiano da localidade afetada e quando está mais perto da Terra em sua órbita. Na verdade, quando ela atinge este último ponto (tecnicamente chamado de “perigeu”), sua atração gravitacional aumenta em 6%. Esse fato acontece uma vez a cada 27 dias e um terço.
A atração sobre as marés que ela exerce nessas ocasiões afeta não só os grandes movimentos da massa de água de nossos oceanos, mas também os reservatórios de magma quente, presos dentro da fina crosta da terra (que já foi descrita como um saco de papel cheio de mel ou melado, viajando a uma taxa de mais de 1.600 km/hora em rotação equatorial, e a mais de 106.000 km/h em órbita do sol).
O Bamboleio de um Planeta Deformado
Todo esse movimento circular, claro, gera imensas forças centrífugas e estas, como sir Isaac Newton demonstrou no século XVII, fazem com que o “saco de papel” da Terra torne-se abaulado no equador. O corolário disso é o achatamento dos pólos. Em conseqüência, nosso planeta desvia-se ligeiramente da forma de uma esfera perfeita e pode ser descrito mais corretamente como um “esferóide oblato”. Seu raio no equador (6.377.068 km) é 22 km mais longo do que o raio polar (6.355.422 km). Durante bilhões de anos, os pólos achatados e o equador inchado têm estado empenhados em uma interação matemática oculta com a influência oculta da gravidade. “Uma vez que a Terra é achatada”, explica uma autoridade, “a gravidade da Lua tende a inclinar o eixo da Terra, para que ele se torne perpendicular à órbita da Lua e, em menor extensão, isso também se aplica no caso do Sol”.
Simultaneamente, a inchação equatorial – a massa extra distribuída em volta do equador – atua como a borda de um giroscópio para manter a terra firme em seu eixo. Ano após ano, em escala planetária, é esse efeito giroscópico que impede que o puxão do sol e da lua altere radicalmente o movimento de rotação do eixo da terra. A atração que esses dois astros exercem conjuntamente é, contudo, suficientemente forte para obrigar o eixo a “precessar”, o que significa que ele bamboleia lentamente em direção horária, oposta ao giro da terra. Esse importante movimento é a assinatura característica de nosso planeta no sistema solar. Quem quer que já tenha um dia jogado um pião deve poder compreender esse fato sem muita dificuldade.
O pião, afinal de contas, é simplesmente um outro tipo de giroscópio. Em giro completo sem interrupção, ele permanece na vertical. Mas, no momento em que o eixo é desviado da vertical, ele começa a exibir um segundo tipo de comportamento: um bamboleio lento e obstinado, invertido, em volta de um grande círculo. Esse bamboleio, que é uma precessão, muda a direção em que o eixo aponta, enquanto se mostra constante em um novo ângulo inclinado.
Uma segunda analogia, de enfoque um tanto diferente, pode ajudar a esclarecer ainda mais o assunto:
Imagine a terra, flutuando no espaço, inclinada a aproximadamente 23,5° em relação à vertical e girando em torno de seu eixo a cada 24 horas.
Imagine esse eixo como um pivô, ou parafuso central, maciço e forte, passando pelo centro da terra, saindo pelos pólos Norte e Sul e daí estendendo-se para fora em ambas as direções.
Imagine que você é um gigante, percorrendo o sistema solar com ordens de realizar um trabalho específico.
Imagine-se aproximando-se da terra inclinada (que, por causa de seu grande tamanho, nesse momento não lhe parece maior do que uma roda de moinho).
Imagine-se estendendo as mãos e agarrando as duas extremidades do eixo prolongado.
E imagine-se começando lentamente a fazer uma inter-rotação, isto é, empurrando uma extremidade e puxando a outra.
A Terra já estava girando quando você chegou.
Suas ordens, por conseguinte, eram de não se meter em sua rotação axial, mas transmitir a ela o outro movimento: o bamboleio no sentido horário denominado precessão.
Para cumprir a ordem, você teria que empurrar a ponta do eixo prolongado para cima e em volta de um grande círculo no hemisfério celeste norte e, ao mesmo tempo, puxar a ponta sul em volta de um círculo igualmente grande no hemisfério celeste sul. Esse trabalho implicaria um lento movimento tipo pedalagem com suas mãos e ombros.
Cuidado, porém. A “roda de moinho” da Terra é mais pesada do que parece, tão mais pesada, na verdade, que você vai precisar de 25.776 anos para girar as duas pontas do eixo através de um ciclo completo de precessão (ao fim do qual eles estarão apontando para os mesmos pontos na esfera celeste, como no momento em que você chegou).
Oh, por falar nisso, agora que iniciou o trabalho, podemos lhe dizer que você jamais vai ter permissão para ir embora. Logo que um ciclo de precessão acaba, outro tem de começar. E outro… mais outro… e mais outro… e assim por diante, interminavelmente, para sempre e todo o sempre.
Se quiser, você pode pensar nisso como um dos mecanismos básicos do sistema solar ou, se preferir, como um dos mandamentos fundamentais da vontade divina.
No processo, pouco a pouco, enquanto você lentamente passa o eixo prolongado pelos céus, as duas pontas apontarão para uma estrela após outra nas latitudes polares do hemisfério celeste sul (e, às vezes, claro, para o espaço vazio), e para uma estrela após outra nas latitudes polares do hemisfério celeste norte. Estamos falando aqui sobre um tipo de dança de cadeiras entre as estrelas circumpolares. E o que mantém tudo isso em movimento é a precessão axial da Terra – um movimento impulsionado por gigantescas forças gravitacionais e giroscópicas, um movimento regular, previsível e relativamente fácil de esclarecer com ajuda de equipamento moderno.
Assim, por exemplo, a estrela polar norte é atualmente a Alfa da Constelação Ursa Menor (que conhecemos como Polaris, a estrela Polar-). Cálculos de computador, porém, permitem-nos dizer com certeza que, no ano 3000 a.C., a estrela Alfa Draconis (Constelação do Dragão) ocupava a posição polar; na época dos gregos, a estrela polar norte era Beta Ursa Menor; e, no ano 14000 d.C. ela será Vega, Alpha da Constelação da Lyra.
Um Grande Segredo do Passado
Não nos fará mal algum lembrar alguns dos dados fundamentais sobre os movimentos da Terra e sua orientação no espaço:
Ela se inclina em cerca de 23,5º em relação à vertical, ângulo este do qual pode variar até 1,5º em períodos de 41.000 anos.
Completa um ciclo completo de precessão de equinócio a cada 25.776 anos.
Gira em torno do próprio eixo a cada 24 horas.
Descreve em torno do sol uma órbita completa a cada 365 dias (na verdade, 365,2422 dias).
A influência mais importante sobre as estações é o ângulo no qual os raios do sol atingem-na em vários pontos de sua trajetória orbital.
Notemos também que há quatro momentos astronômicos cruciais no ano, marcando o início oficial de cada uma das quatro estações. Esses momentos (ou pontos cardeais), que eram de imensa importância para os povos antigos, são os solstícios do inverno e verão e os equinócios da primavera e outono. No hemisfério Norte, o solstício de inverno, o dia mais curto, cai no dia 21 de dezembro e, o de verão, o dia mais longo, em 21 de junho. No hemisfério Sul, por outro lado, tudo está virtualmente de cabeça para baixo: nele o inverno começa em 21 de junho e o verão em 21 de dezembro.
Os equinócios, em contraste, são os dois pontos no ano em que noite e dia têm igual duração em todo o planeta. Mais uma vez, contudo, como acontece com os solstícios, a data que marca o início da primavera no hemisfério Norte (20-21 de março) marca o outono no hemisfério Sul, e a data do início do outono no hemisfério Norte (22-23 de setembro) marca o início da primavera no hemisfério Sul. Tal como as variações mais sutis das estações, tudo isso é consequência da benevolente obliquidade do planeta. O solstício de verão no hemisfério Norte cai nesse ponto da órbita quando o polo Norte está apontado da forma mais direta na direção do sol; seis meses depois, o solstício de inverno marca o ponto em que o polo Norte aponta mais diretamente para longe do sol.
E, com bastante lógica, o motivo por que o dia e a noite são de duração absolutamente igual em todo o planeta nos equinócios de primavera e outono é que eles assinalam os dois pontos em que o eixo de rotação da terra se encontra transversal ao sol. Examinemos agora um estranho e belo fenômeno de mecânica celeste. Esse fenômeno é conhecido como “precessão de equinócios”. Possui características matemáticas rígidas e repetitivas, que podem ser analisadas e previstas com exatidão. É, no entanto, de observação extremamente difícil e ainda mais difícil de medir precisamente, a não ser com instrumentação sofisticada. Nesse fenômeno talvez possa existir pista para solucionar um dos maiores mistérios do nosso passado.
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